segunda-feira, 29 de dezembro de 2008



Não precisa mais preocupar-se mami...achei uma estaca de matar vampiros.


Como dizia Avohai mais nosso amigo Maribé:
- Avoe em paz...


No caso meu e da Ana é avoeM em paz.
Avoem por terra é claro porque ir voando é coisa para passarinho mais possuidores de uma certa quantia da moeda corrente.


Rumo ao que interessa:
Rota:
Acredito eu ou por agora:
Foz do Iguaçu, Assunsion Del PY, Salta, Juy Juy, Tarija, Uyuni, Potosí, Cochabamba, La Paz, Copacabana, Puno, Cuzco, Machu Picchu.


Objetivo da viagem: pegar um bronze
Saída sem imprevistos: 02/01/2009
Com imprevistos: 02/01/2009


Acompanhem here e façam suas apostas.
Quem irá vencer a batalha? Quatro pulmões fumantes ou um “mundo” de estradas e montanhas para cruzar?
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imagem: Diego Rivera


Veve dá uma cansera,


uma gastura,


uma chapacera...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

HAPPY NEW YEAR


Fica ficando nessa bagunça de nada com nada, tudo com tudo, mais ou menos com sei lá.


E você já não sabe se quer tudo ou mais ou menos ou coisa nenhuma.
Sei, o que te acalma é essa brisa que vem de longe somente para atingir o teu olfato, teu paladar, eriçar teus pêlos, fazê-la sorrir. Você fica ai querendo viver por osmose daquilo que está longe e atropela todos sem ver ninguém.


Sei, você respira, absorve e veste o cheiro de mato, de pirâmides, de infinito.
Esse vestido coberto de estrelas é tão belo e solitário.


Posso vê-la passar por minha rua cercada de abelhas.
Mil? Duas mil?
Quantas ABELHAS protegem você?


Vejo que procura algo o tempo todo, todo o tempo, atrás dos arbustos, embaixo das pedras, em tipos estranhos como nós. Às vezes sabe o que é e às vezes não, um dia esquece, no outro desiste e no próximo recomeça da parte em que acredita ter parado. Mas a certeza nunca existe, para ninguém, para nada.


Sei, acima de tudo você segue, em frente, para o lado, em diagonal, como lhe convir, sem parar, porque o mundo não para, o bonde não espera, e DERREPENTE NÃO MAIS QUE DERREPENTE é fim do ano de novo e mais um temporada se foi.
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imagem: Naoto Hattori

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A semana passada INTEIRA


A semana passada inteira,
a semana inteira passada,
quando eu passava
ninguém me acenava.

Mas eu pensava.
Sim como pensava.
Pequenos planos que vão nos mantendo vivos,
irrealidades realizáveis eu tramava.

Sempre a gritar um grito mudo para ninguém
e que não é ouvido também.
Passo o passado pensando no passo que vou dar, no passo que já dei e não olho muito qual caminho vou pegar.
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imagem: Rembrandt Harmenszoon van Rijn

A Perfect Circle - Lullaby

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

For my mamizinha


Minha mãe não me disse:
- Fode-te no mundo Raimundo.
Nem gritou lá do portão:
- Cuidado, nem tudo que brilha é oro fio.


Se chorou em minhas partidas foi escondido, embora acredite piamente que sim, chorou.
Eu que parti tantas vezes para tantos lugares e tantas outras para lugar nenhum.
Que queria, precisava e confundia.
Que sonhava, acordava e vivia um pesadelo.
Ela velou sim pelo meu sono, por minha vida. Ainda vela, lá de longe, sei que ainda vela.
Se de ímpeto fui um susto, persisti no ideal.
(- Desculpe pelos incontáveis sustos mamãe.)


Sempre houve ela, sempre há ela.


Ela que abriu mão de uma vida própria por um filho, para doar uma existência ao mundo, pronto e educado para labuta. Ela que muito cedo recebeu ingratidão em troca de todo esforço e sacrifício. Pois somos criaturas ingratas e cruéis nos períodos conturbados da infância e adolescência. Ela merece o céu. O céu com todas as suas estrelas e planetas não descobertos, o céu com todos os tesouros intergalácticos e vidas além planeta Terra.

E a gente erra tanto até perceber isso....
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imagem: Mary Cassatt

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


BASEADOS NA VIDA REAL.


Na vida real de Amarilho Dedo.

Amarilho Dedo, vinte e quatro anos, batizado e crismado na Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Virgem até os quatorze. Cabaço até ontem, sempre tem lapsos de memória e acaba acreditando nas pessoas, nas causas, nos sonhos, na ecologia.
Convive em casa, na rua, no trabalho, com alguns dos amigos imaginários que não quiseram partir após o término de sua infância.
Enfim:



BASEADOS NA VIDA REAL
Na vida real de Amarilho Dedo.


Logo pela manhã nosso herói exclama:
- Não boto fé molhei o beck com café.
Em resposta o espelho apedreja:
- Quando não é com cerveja...




Com o passar do dia nebulosidades interiores, também chamadas de pensamentos atordoam-no:
- Aqui em casa mora um Saci Inivisível (nome dos sacis invisíveis) que esconde tudo. Porque eu perco tudo, esqueço 90% e depois lembro, depois acho, o que conforme as regras da lógica* só pode ser interferência de saci. (* Anota-se: lógica particular de Amarilho e desenvolvida por ele mesmo.)

E atormentam-nooo:
- Será que está frio ou está calor?
- Levo o chapéu e o mata-moscas?

Amarilho Dedo vê a felicidade nas pequenas coisas,
- NOSSA como essa pinta na parede é folgazona.
Infelizmente, nunca entendem a piada.



Também tem discussões construtivas com camaradas quiméricos e não quiméricos :
- Ainda bem que não inventaram chapômetro, senão eu tava fudido.
Amarilhinho conjectura:
- Para mim não iria influenciar em nada, não dirijo.



Amarilho Dedo tem duvidas antes do adormecer:
- E as Bíblias nos quartos de hotéis? São para salvar os sem seda? Uma cortesia do Hotel para com esses pacatos habitantes do planeta? Muito melhor que servir para os interesses repressores e controladores cristãos.
- Quem poderá nos defender além de nós mesmos?
- É beija-flor de barro e arara-guará?



E uma certeza:
- Nunca tinha percebido como o caminhão de lixo é assustador.


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imagem: Naoto Hatori

* Valeu Arleson pela ajuda na hora de achar um nome para a figura...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Branca de Nuvem


O fato de sentir-me só e sufocada pela presença de outrem nos mesmos cinco segundos, de querer estar sozinha e no próximo minuto necessitar de companhia É TUDO CULPA DO CLIMA.

Esse vento que sopra vindo de qualquer direção sempre mexe comigo.O sol queima minha pele, me faz sonolenta, querendo adormecer numa pétala de rosa gigante. Os maremotos então provocam terremotos em meu coração, um tipo de aceleramento cardíaco exótico.

O que gosto são das tempestades.
Ah as tempestades, as preliminares de sua chegada. Quando em profusão as folhas voam desordenadamente, misturados ao pólen no ar vêm os odores do caos, do desespero, do desejo, da luta e da coragem de povos longínquos ou não, contemporâneos, antepassados, quem sabe até futuros, ainda não aprendemos nada sobre a existência de portais ou dimensões paralelas. Como não falar do céu que nesse momento adquiri uma coloração de mil bombas atômicas jogadas a esmo. É quando a terra pari seus sentimentos.

E quando finalmente começa a chuva, se você se banhar nessa água, enquanto Zeus atira seus raios na humanidade, se você puder dançar nesse banho, correr nessa dança, cantar nesse raio, me ver em uma nuvem, você será liberto. Pretensão? Jamais, uma grande tempestade sempre liberta, alguém já o disse. Eu serei apenas a lembrança destas linhas.

Deve ser por isso que me sinto só, que todos em algum momento se sentirão sós. Raros tomam desse banho, poucos nos avistam, nos alcançam, nos seduzem.


Não nos vêem como realmente somos.
Eu por exemplo uma fadinha cantarolante e purpurinada.

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imagem: Selina Fenech

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Tem dias que não surge.

Viajo amanhã para o Irã.
Não vou de magrela porque a vendi.
Verdi foi o cara. Bob Marley, Raul Seixas, Frida Kahlo também.


Acordar cedo e ir trabalhar é chato.
Muito mais legal é catar cacos, fazer mosaicos, pentear macacos. Macacos alados e imaginários, tipo desses que moram em nossos armários.

O medo é normal.
O normal é comum.
O comum me dá medo.
Muito mais medo que o anormal.
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imagem: Sara Awyong

sábado, 4 de outubro de 2008

POR FIM...

Eu e a Moniquita vamos nos formar, amém.


Entretanto, o que para nós já está de bom tamanho, para nossas famílias é apenas o começo de uma Odisséia. Eles querem fotos, comemorações, discursos e sobretudo nos ver trajando aquela linda vestimenta – Beca- a qual só vamos usar nesse momento da vida. Apesar que seria uma "boa" moda para os estados do sul do país aderir a Beca para ir à padaria, ao supermercado, etc, vai saber, tem cada coisa que vira moda e a galera acha lindo, como por exemplo pagode.


O causo é que para satisfazer nossas amadas e esforçadas mães que tanto contribuíram (para não dizer deram subsídio total) para nossa formação lá fomos nós tirar fotos para convite já se preparando psicologicamente para o chá de cadeira que é uma Colação de grau. Por nossas mamães tudo.


Enfim pensamos, vamos escolher uma música, sei lá, nessas coisas você sempre escolhe uma música, sabe o mané que entra emocionado ao som lixo do Jota Quest ( se escreve assim?),a gostosa que vem quase requebrando as cadeiras ao som “ animador” da Ivete Sangalo, essas coisas. Agora é nossa vez! Ledo engano, ficamos decepcionadas ao descobrir que não tem música nenhuma, que só as pessoas que farão o baile de formatura vão escolher uma. Resignadas, sabendo que baile é demais para nós, que dançar uma bela valsa seria como jogar dinheiro em um belo vaso e puxar a descarga, resolvemos, então, para compensar postar aqui a música que se pudéssemos escolher nos acompanharia ( eu e a Mônica vamos entrar em par) em nossa entrada triunfal.

É essa aí em baixo:



Matheus Walter - PARANORMAL



Os garotos ai fizeram uma montagem engraçadinha...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Adriana Calcanhotto - Senhas

I like very much...



Esse som traduz muito do que sinto...

PICOLÉ DE ABACAXI

Sou meu nome?
Sou meus traços?
Sou o que sou?

Meu gosto?
Meu dorso?
Sou o que penso?
O que acho?
O que tento?

Você quer me dar um abraço?
Atar em mim um laço?
Afastar de mim o perigo?
Obrigada, mas ando armada.

Perdi meu compasso e isso não é tão mal!
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imagem: Henri Matisse

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ray Charles...

A PIRA DA PARANÓIA PARALELA


Não vou me manifestar sobre o circo armado, os palhaços e os animais adestrados. Não vou discorrer sobre o desrespeito com os cidadãos, sobre como o povo é burro e facilmente manipulável e nem me lamentar pelo fracasso da democracia.


O que tenho e quero dizer é que o pessoal da “Bicicletada” é do caralho. Em meio a toda aquela balburdia que nada significava além de interesses pessoais e joguinhos de poder, inacreditavelmente defendidos por pobres (no sentido literal ou não da palavra), a bicicletada era o único movimento que realmente possuía e possui uma causa. O meu voto vai para a bicicletada!


Aninha do meu coração adorei sua visita, como sua companhia. Você sabe o quanto sinto falta de sentar ao seu lado, tomar um chá e dar boas risadas. Coca-cola com sanduíche é um manjar quanto você come com os amigos, mas se uma de nós tivesse grana para um camarão na moranga ia também né .... hahaha AMO-TE
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imagem:Elena Caravela

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Bourbon Princess



very very nice!

DOMINGO-FEIRA


O pior não é o domingo, é todos os dias parecerem-se com o domingo e eu com um cogumelo estragado. O frio lá fora e eu no covil, muito além, a caça, o predador. O que sou?


Essa falta que sinto de quem não conheço, dos lugares que não fui e dos gostos que não senti, nunca acalma, nunca acaba, nunca da folga. E fico aqui sofrendo nem sei por quê. Fumando e bebendo sem comer.


Ah...
Ah...
Ah...


Vou falar um palavrão e fumar um pra relaxar.
Fazer sexo pra esquecer.
E NÃO QUERO MAIS NEM SABER DE VOCÊ!
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imagem: Naoto Hattori

domingo, 21 de setembro de 2008

little DOG


Pequeno rato de asas,
Pequeno rato de orelhas,
Pequeno rato de pêlo, perna, nariz e sobrancelha.


Para Frida minha companheirinha canina...

sábado, 20 de setembro de 2008


Vida bandida.
Vida baiana.
Vida mais foda pra quem em cana.

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imagem: Rembrandt Harmenszoon van Rijn

BLUE SKY


Para curtir um death samba mortal que passei aquela porta,
que bebi daquele trago,
que tirei a minha roupa.

Para transcender o ordinário que comi aquela flor,
que traguei aquela bola,
que suguei veneno e vinho.

Meu corpo todo arrepiava.
Um bombardeio cerrado na minha’alma se alastrava.
Quimeras, cinzas, crateras,
Desejos, anseios.
Um show de death samba mortal e eu lá pelo meio.
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imagem: Viktor Alshevsky

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

domingo, 14 de setembro de 2008

tão linda e tão pouco prática...


Todos Juntos
Os Saltimbancos
Composição: Enriquez - Bardotti - Chico Buarque

Uma gata, o que é que tem?
- As unhas
E a galinha, o que é que tem?
- O bico
Dito assim, parece até ridículo
Um bichinho se assanhar
E o jumento, o que é que tem?
- As patas
E o cachorro, o que é que tem?
- Os dentes
Ponha tudo junto e de repente vamos ver o que é que dá

Junte um bico com dez unhas
Quatro patas, trinta dentes
E o valente dos valentes
Ainda vai te respeitar

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

Uma gata, o que é que é?
- Esperta
E o jumento, o que é que é?
- Paciente
Não é grande coisa realmente
Prum bichinho se assanhar
E o cachorro, o que é que é?
- Leal
E a galinha, o que é que é?
- Teimosa
Não parece mesmo grande coisa
Vamos ver no que é que dá

Esperteza, Paciência
Lealdade, Teimosia
E mais dia menos dia
A lei da selva vai mudar

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

E no mundo dizem que são tantos
Saltimbancos como somos nós.

MINHA PRINCIPAL CAUSA SOU JO!

Acredito e aplico a força libertadora do palavrão, para descontentamento da minha mãe é claro, que nunca se conformou com a boca suja que pôs no mundo. A esperança é que um dia pare com isso, pare de fumar, de beber e ser doidivanas (Ela é a única pessoa que conheço que usa essa palavra!). Quanto a casar e ter uma horda de filhos barrigudinhos e ranhentos sugando minhas forças e dinheiro, ela já se resignou, respeita o que penso. Sarava!

Nada mais lógico do que dedicar minha única existência a mim. Fundamentada na afeição que sinto por meus irmãos e na educação familiar e tradicional que recebi, resquícios de antepassados vindos da Itália, creio que se tiver um filho nunca mais irei dormir tranquilamente. E acreditem desejo profundamente gozar de um sono sereno.


Como deixei de ser socialista para tornar-me egoísta?


Conjecturo, foram as várias Luas e Sóis que passaram por meus dias, foi a libertação de tudo aquilo que deixei de acreditar e o bater do martelo de minhas novas verdades. O existencialismo que se alastrou, o cristianismo que pereceu e não ressuscitou nas minhas conclusões, a necessidade de satisfazer meus desejos e absolver meus pecados. Pensei, pensei, pensei e pensando mudei.


Não quero alterar o mundo não, só estou tentando pagar minha conta de luz. Até me comovo, mas sem altruísmo barato, até faço a minha parte, entretanto para comigo mesma em primeiro lugar.


Acho triste a falta geral de paz, comida e dinheiro. E oponho-me essencialmente a eu, pessoa, Caroline Signori Berticelli, ter que trabalhar o dia inteiro...
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imagem: Jean Beraud

sábado, 13 de setembro de 2008

Influenza


Não é. Não pode ser.
Ser for pra falar eu não falo!
Nem confesso, nem admito,
omito, nego, não me permito.

Rejeito, recuso, abjuro.
Apago, esqueço, desfiguro,
modifico, altero e precipito-me.

Atiro-me,
arremesso-me,
aventuro-me.
Adoeço.
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imagem:Rembrandt Harmenszoon van Rijn

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não fui de cocar

Não é para desfazer não, foi um evento interessante, embora, não possa afirmar que estava divertidíssimo, sabe como é. Que as velhinhas estavam alvoroçadas não posso negar, mas o Agnaldo Rayol não faz bem o meu tipo de homem desejável, nem toca meu estilo de música escutável. Talvez meu vô fosse gostar, se ele estivesse vivo... (sem nenhum veneno juro!)

O legal da noite mesmo foi estar com meus confrades lá. Os amigos sempre salvam!

Quanto ao show em si, fico feliz (o que não interessa para ninguém: o que eu penso ou deixo de pensar...haha) que a chamada terceira idade/melhor idade e as milhões de pessoas que ela representa, tenham cansado de esperar a morte sentados vendo televisão e assistindo a vida dos outros.

E pensar que tem quem espera sempre, todas as manhãs, todas as tardes, todas as noites de sua vida. Mas isso já é uma questão existencial e estamos falando do Show do Agnaldo no Festival da Melhor Idade, e eu já falei tudo.

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imagem: Elena Caravela

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Viva o Raul...hahaha

Nos pântanos e jardins cavando as covas dos querubins.


Tenho que escrever em letras grandes e fazer desenhos primários?
Puta que o pariu, caralho!
Conservo-me musical...
Hoje em plena quinta-feira, aos 23 anos, sou ou estou temperamental?
Essa canção ensurdecedora, gritando, aqui, a um passo do meu olho esquerdo. O que faço com esses raios que saem da minha cabeça? Aproveito pra matar alguém? Mato o cachorro filho d’puta que não sai da minha porta? Até fugi pelo cemitério, mas ele continuou lá, na minha cola, odeio esse cão.
Falando em animais, fui para vacinas e de vacinas para a vacina da Rubéola, a qual já tomei. E você? Vai lá Moniquita...

O que tenho tido?
Não me perguntes!
Que tenho pensado?
Não sei!
Por onde tenho andado?
Na toca, na oca, na boca da foca,
no ninho de passarinho, na rima pobre, no espinho.
O que guardo na primeira gaveta?
Bagulhos!
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imagem: Diego Velázquez

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Se vós não vistes comece a procurar porque eu também não sei onde está

O Gui disse que sou tão cínica, mas tão cínica, que chego ser sínica com s. Evidentemente, foi um elogio.

A garota que rezava.
A garota rezava?
Quando? Como? Onde? Por quê? Para que?
Sim, a alva branca de leite acreditava.
Ser feliz era ser má.
- Que morra deus então.
E deus morreu.

Verde musgo metálico.
São os vermes no seu corpo.
Corroendo ruidosamente essa carne humana. Enquanto respira, promete, canta e joga damas com o Senhor do Tempo, a lepra invisível do passar dos anos deforma suas formas sem compaixão.
Amém.
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imagem: Blonde Blythe

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Vou na chuva

Uma gota do meu medo de deixar de existir.
Um segredo.
Não vou confessar!

Um dedo,
o dode
um dome,
o medo.

Sinto você.
Desassossego.
Between
desejos e sonhos maus,
espero, espero, espero.
Then,
adormeço sem perceber que tudo acaba ali.

E ninguém veio me salvar.
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imagem: Edgar Degas

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

semaninha atribulada... só mesmo um Led para curar o porre...




Amo essa definição para o Led: “Quando os deuses do Heavy Metal andavam sobre a Terra, com seu martelo eles compunham canções como trovões com o peso do chumbo e a leveza de um dirigível incendiário.”

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Fluoxetina




Aqui jaze um ser humano.
Nasceu entediado,
viveu com tédio e
morreu narcotizado.


Soa como aberração ou evolução?

Onde acaba a normalidade e inicia a excentricidade? Nessa linha que passa ao lado da minha porta? Nessa porta que fica ao fim de minha linha?

Para acabar com o tédio há remédio? Ou será ele como uma veia pulsante que transpassa o coração?
Para sempre, todo seumeu sempre.

O prazer extremo em que parte da carne está?
Minha fotografia, por que tirou do lugar?

Tudo.
Igual.
Nada.

Um beijo é uma adaga, uma espada.
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imagem: Victor Alshevsky

domingo, 24 de agosto de 2008

Importunam -me...

Cansei,
das traças,
das caras manjadas,
de você e de mim.

Cansei do “papo” pobre,
de você e de todos,
da sua cor,
das suas opiniões,
e de toda essa história tosca.

Que pena...
Adeus!



Falando em cansar...


Hoje acordei cedo para fazer fotossíntese, estava precisando de energias, toda essa gente do mundo me esgota.
E como não é justo sentir vontade de suicídio pelos outros, sinto vontade de homicídios.

Se as pessoas fossem como as bolhas de sabão eu seria o diabrete com o alfinete na mão.
- Vou estourar todas as bolhas chatas, baratas, de palavreado tedioso e brilho duvidoso.

Dei o nome de Vanda para a aranha que reside, há aproximadamente um mês, no teto sobre minha cama. Vanda também é o nome da minha mãe, foi uma homenagem (AMO-TE MAMI). Dúbia? Não mesmo! Admiro as aranhas, são belas, independentes e venenosas.
A vaca vigia.
A vaca profana.
A vaca baiana.
Gosto das vacas são seres admiráveis, além de contribuírem na produção de alucinógenos pelo planeta.
Libertem suas mentes seus caretas!
É enfadonho suportar suas apreciações previsíveis.

Queria ver uma manada de vacas selvagens. Talvez, fizesse um bife com alguma delas, o que, é claro, não interferiria no que sinto pelas vacas.
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imagens: Naoto Hattori

sábado, 23 de agosto de 2008

A identidade de Clarice


Para meu amigo maraaaaaa: Guilherme

Clarice tropeçou
deu com a cara no muro,
se estabacou.
Pobre Clarice se nesse momento alguém a visse...
Caíram todas as rosas de seus bolsos pelo chão...
Perdeu a identidade e nunca mais achou...
Perdeu a virgindade e não mais sossegou...
Foi para o Oriente quase por acidente...
Correu, pulou, nadou, andou de bicicleta e por fim no muro acabou!
Porque a identidade é de identificação.
Sem identificação você não tem identidade.
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imagem: Gustave Coubert

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Submergir ou pular de pára-quedas?

Disse o pastorzinho que vigiava as cabras e observava o lobo seduzi-las:
- Pobres criaturinhas, vão com deus.
Ele sabia que não havia deus, sabia que as abandonava, que elas teriam medo, pesadelos e sangrariam na hora da morte. Era essa a idéia!

Precisava se restabelecer, tomar um ácido lisérgico, fumar muita maconha e ficar no mínimo uma semana trancada em casa sofrendo de crise existencial, crise financeira, crise estratosférica (Das posições dos planetas? Não, entre 18 e 50 metros de altitude...), crise da puta que o pariu, crise até por debaixo dos panos e por dentro da boca.
Mas não estão remunerando esmorecimentos.
Imergir.
Senão não come, não bebe, não pira, não respira.
Não deu tempo de achar a chave perdida no fundo do lago, a boca lambuzada de mel ou as pérolas no gramado. O que lhe resta em um domingo ensolarado é aproveitar para lavar roupa.

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imagem: Jean Beraud

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Individualizando



Prefiro esse balançar de ondas sem as ondas
e o malabarista sem as cordas.
Às suas crenças vans.

Escolho a tontura na bebida;
o orgulho na queda;
o embalo da decida.

Elejo-me como deusa, atriz principal, megalomaníaca.
Simples mortal, mais importante da minha VIDA.


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Orquestra no deserto

Sou garota delicada,
Índia morta escalpelada.
Sou barulho e silêncio.
Em um dia normal.

Não podem prender-me nessas redes de pescar lula gigante.
Sou líquida, gasosa, rarefeita.



E compro todos os guardas com meus diamantes.




Perdi a carteira na quinta-passada.
Ainda não sei quem eu sou.
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imagens: Giuseppe Arcimboldo




LA PLATA/O OVO DE OURO


O homem que nunca usou dinheiro toma uma sopa de sua galinha que nunca botou um ovo.
Onde mora o ser primeiro?
Onde vive a galinácea?
Em planetas distantes e tribos indígenas.
Um dia aqui, outro acolá, como um ciscar a procura de minhoca.

Para que dinheiro se pode voar?
Ser rei, duende, barata, batata, Napoleão, o que bem desejar.
Ter súditos, inimigos, uma corte e um país.
Quem assim precisa de dinheiro para ser feliz?

Se o gato de botas aparecesse, com suas botas é claro, e uma idéia maluca.
Aí, então seria, peça principal nessa arapuca.
Princesa encantada, fada alada, dama virgem, puta rica, mendiga coroada.
Óh como é bom ter dinheiro e ser amada.

E os peixes?
Os peixes não entendem nada de dinheiro.
Você já viu algum deles com investimentos na Bolsa de Valores?
Ora bolas!
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imagem: Cezanne

domingo, 10 de agosto de 2008

Brinde e aplausos




Caro príncipe Saponáceo Silverios:
Minha estadia tem sido entediante nos últimos dias, nada de legal, novo e natural. Essa sociedade de corpos é estranha.


Esses incidentes só acontecem porque sou especial demais para viver entre os mortais!

Como terei uma idéia legal se onde estou é um marasmo total?

Nem minha mente inventiva resiste a tanta chatice,
nem minha alma compassiva resiste a tanta burrice.
Quero ir... de trem, de caravela, barco a remo... sair daqui.
É tão chato que meu dedo mindinho esquerdo chega a doer.
Socorro!
Quem me trancou aqui?
Foi você ó sistema cruel?
Papai Noel?
- Filho d’puta, dum presente de grego.
É um tormento na tormenta.

But now já era:
eu e Bacco bebemos vinho...
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imagem:Berthe Morisot

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sou uma mulher de atitude: Eu chamo o garçom




O que vai numa porção de frango à passarinho?
Evidentemente, frango e passarinhos.

A chuva está caindo abundantemente e
molhando pra caramba!
Sim, porque às vezes ela não molha tanto...

Dormir até o cú fazer bico é um sono longo...
Longo...
Longo...
zzzzzzzzzzz



Acredito piamente que exista um universo paralelo para onde mandaram todas as pessoas legais e esqueceram-se de mim, dos meus amigos e de alguns gatos pingados (Gatos que pingam? Gatos em forma de pingos? Pingos em forma de gatos? Gatos em forma de patos?). Pensando bem, pode se tratar de uma conspiração.
Isso é coisa do diabo!
Isso é coisa de pirado!
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imagens: Salvador Dali

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

MERDA NO VENTILADOR


Não estou a fim de mexer em merda alheia para transformar em arte.
Embora haja bosta por toda parte.
O vizinho,
o vizinho do vizinho,
o cachorro do filho do vizinho,
o poeta e seu leão marinho.
E aquele que passa com uma sacola na mão?
Merda na cabeça, merda no que vê, merda na sacola!
Merda para mim, para você,
Estão dando merda de esmola.
É todo mundo vivendo na merda e ninguém dando bola.

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imagem: Edgar Degas

SINOS





...blim blom...
é uma poesia sim!
por que não?



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imagem: Pablo Picasso

domingo, 3 de agosto de 2008

Abrumando o embrumadO



O que você tem não me apetece.
Não me atrai.
Não me enlouquece.
Não sinto ambre de tus besos muchacho.
Volte de ré com esse seu cavalo brown.


Algumas escolhas são vitalícias.
Quando você decidiu deixar nascer.
Quando eu decidi deixar partir.
Quando colhemos as flores vivas para torná-las mortas.

Sinto-me doente.
Uma dor de dente.
A flecha que atravessa meu peito desde o dia em que tive o primeiro lapso de consciência.
Uma quentura na barriga.
Uma tontura de pensamentos.
Uma tortura de sentimentos.

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imagem:Aimee Major Steinberger


quarta-feira, 30 de julho de 2008

SÓ PARA POLEMIZAR


Adesivo em um carro na rua:
“Deus criou o sexo seguro e o chamou de casamento.”

Sinceramente, não sabia se ria, chorava ou espera o dono do veículo aparecer para dar umas pancadas nele. Por favor, em pleno século XXI, sou obrigada a deparar-me com essas incoerências pela rua... Por estas e outras o mundo está do jeito que está...
Tenham dó da minha inteligência!

Até agora a único deus que vi por essas terras foi o dinheiro. Infelizmente, ele sim, faz alguma diferença na vida dos miseráveis, sem casa, sem comida, sem nada. Pois até o que eu saiba, a fé nunca levou ninguém a lugar algum, além do conformismo hipócrita e nojento. Do contrário, me dêem um argumento plausível para o abandono de tantos seres humanos. Logo a criação divina dele, segundo o livro sagrado dos cristãos... sua imagem e semelhança... então o que ele pensa? Que se fodam minhas imagens e semelhanças?

Porque é que um ser tão evoluído e superior a nós iria querer adoração? Cultos em sua homenagem? A troco de que? Entende-se que algo ou alguém, no caso deus, não tenha necessidades, nem desejos humanos - não sou nenhuma especialista em psicologia, psicanálise ou seja lá a divisão na qual, por fim, irá cair esta questão - Como leiga, então, acredito que necessidade de se sentir respeitado, adorado, reconhecido e todas essas peculiaridades, são características basicamente do homem. Por que é que um deus iria querer isso?

Se crêem o Olimpo uma invenção humana, por que acreditam em céu? E em um livro notadamente recheado de bons conselhos e boas idéias, mas inegavelmente, também, de preconceitos?

Admite-se, que tal manifestação - o adesivo - faça parte do pensamento da ala radical cristã, perceptivelmente, manchada pelo machismo, mais uma vez a particularidade do Homo sappiens, - tradição, paternalismo, patriarcalismo e muitos outros ismos e açãos, ãos, cãos, mamãos (mãos de mães, mães + mãos) com as mesmas finalidades destes, restringir, cercear e controlar.

Embora, a questão vá ainda mais fundo, seja muito mais complexa e permita muitas outras divagações, já chega. Polemizei sua cabecinha, né!? Não discuto esse assunto, passou a faze...

Queimarei no fogo do inferno porque digo que deus não existe?
Jamais irei ao paraíso porque não rezo?
Pagarei nas próximas encarnações por não acreditar em nada?
Serei condenada eternamente por ter sido feliz em vida?
Isso definitivamente não me aflige. Sorte a minha, menos peso para carregar.
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imagem: Edgar Degas