quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Remédio para gagueira

A roupa do rato rasgou porque o raio o acertou
O rei bem que tentou, mas não teve jeito: chapou.
O rato agora é tostado, gosta de praia e corpithos molhados.
A rainha é que pirou. Onde esse rei maluco se enfiou?
Culpa do raio que roeu o rato q levou o rei para o mato.
No mato é que não teve solução, tinha índios, cogumelos e duendes amarelos.
O rato e o rei mudaram-se.
Moram juntos numa praia deserta.
Mil anos sem postar.
E agora por onde começar?
Tire o vasinho de flor e coloque em outro lugar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Primeiro dia de viagem

CHIPRE
Não há, nem no Chipre, alguém tão verde como você.
Essa fantasia de árvore é um ótimo disfarce para a gente viajar.
Use muitas folhas, não exagere nas bolhas e vamos voar.

BEIRUTE
Talvez em Beirute se encontre um quitute que vá combinar.
Temperos fortes, ervas finas para pirar...
No meu barco a vela podemos ir muito além mar...

MEDO DA POLÍCIA

Aqueles os quais deveriam trazer-nos segurança, ou ao menos a sensação dela, provocam tanto medo quanto a chegada de um exército inimigo. É um fato, as pessoas temem a polícia, e com razão, afinal a sua atuação é imprevisível e, por isso, nunca se sabe onde nossos “protetores” descarregarão suas frustrações, se no cidadão desalinhado, num transeunte qualquer ou mesmo em um bom seguidor das leis.
Não é estranho aos nossos dias agressões e abusos policiais. Ao que me parece agem como bois embrutecido e emburrecidos, capazes de matar a todos na “porrada”. Deveriam trazer em suas fardas os dizeres: direito de matar, roubar, espancar, torturara e prostituir. Assim, um desavisado visitante de outro país ou planeta, já saberia como agir com tais autoridades desde o principio, ou seja, ser submisso sob qualquer pretexto.
Se nossos “benfeitores” fizessem seus papéis conseqüentemente seriam respeitados, e teriam a população ao seu lado. Entretanto, os funcionários da policia parecem querer estar sobre os cidadãos, como as divindades gregas que eram apoiadas em todos os seus caprichos. É obvio que merecem apreço, mas só quando souberem respeitar-nos, o que, infelizmente, parece estar longe de acontecer. O respeito imposto sempre trás maus resultados, e tende a um motim. O qual só não aconteceu ainda porque aqui no Brasil as pessoas demoram a tomar providencias, principalmente quando se trata de exigir seus direitos.
Não os culpo sozinhos por seu despreparo físico e sobretudo psicológico para ocupar tal cargo na sociedade. Um individuo que pode portar uma arma sob uma lei que o proteja e declarar suas vontades como às do Estado, deve ter o mínimo de equilíbrio e autocontrole. Nossos governantes com certeza não ignoram isso, mas não é em seus filhos que a policia atira loucamente, sem causas suficientes. Pois não sei qual o conceito que usam, mas a meu ver para se levar um tiro no meio da testa deve-se ter um bom motivo. Todos têm culpa. Eu e você por não protestarmos, o governo por não tomar providencia e o policial que se excede acreditando ser a autoridade máxima das ruas.
Uma solução é possível, mas exige comprometimento e verbas, para financiar uma reelaboração no modo de contratar e preparar nossos oficiais da lei. Os “civilizadores”da nação devem passar por testes quando a personalidade e modos de conduta; devem ser seres pensantes; devem ser despojados de preconceitos (o máximo possível) pois entrarão em contato com todos os modos de pensar que estão por ai; devem saber como agir e porque não, ter um pouco de boa educação; devem ter bons salários, para alimentar sua dignidade. Mas acima de tudo, devem ser punidos quanto as suas faltas, afinal, não é de hoje que o descaso ínsita a corrupção e a criminalidade.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

...II

Algo se mexe no escuro, na moita, perto do muro.
É um rato.
É uma cobra.
É um gato.
Talvez um rato do mato.
Um gato escondido.
Uma cobra coral.
Ou não...
Muito grANDE para ser rato, muito rápido para ser cobra, muito estranho o gato estar ali.
Não sei.
Só sei que indo para casa cruzei com um novo animal.
Meio rato, meio gato e não meio cobra porque cobra só combina com esquina.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

...

Parte I

Não quero mais me controlar.
Por que as pessoas temem me soltar?
Por que os guardas para censurar?
Até pareço uma estrela fora do lugar.
Não quero mais obedecer.
Afinal de contas quem é que se deve prender?
Quero ser eu do jeito que sou...
Não interessa o que você pensou.
Quero ser eu aqui fora a todo o momento.
Só assim aos meus medos acalento.
Quero tomar um sorvete com pázinha e que se foda a vizinha.

ParteII
Ser um ser só a cada amanhecer, ser tudo e ser nada até o entardecer.
Ser para permanecer, para não esvair-se, para não escorrer.
Ser para viver.
Ser para mesmo só ainda ser.
Ser, mesmo sem ninguém compreender.
Ser em todas as horas e nunca mais se esconder.

Abelhações

Abelhas comendo frutas;
Ursos comendo abelhas;
Belas abelhas.
Muitas abelhas abelhudas abelhando a todos nós.

terça-feira, 14 de agosto de 2007


tentado entender...

Poesias e políticas

Sempre me parece que chove quando observo o mundo aqui de dentro. Não nego claro, que a chuva varia, um dia caem estrelas, no outro sapos do brejo e às vezes –sim porque não- chove chuva mesmo, aquela d’água, que mata a sede e o afogado. Creio que a chuva possui certo grau de parentesco com o amor, ambos cometem crimes e no excesso os dois sufocam. Assim como muitos dias seguidos de chuva cansam, o mesmo amor todos os dias também enjoa.
É assim mesmo, em tempo de seca o desejo é pela chuva, em época de chuva o sonho é pela solidão. E quando choverem cometas você certamente vai querer qualquer outra coisa que não sejam cometas. O homem é incontentável, alguns menos, outros mais, mas todos com um medo enorme de perder os sabores que suas breves vidas oferecem.
Não conheço nada de nada para ter a pretensão de estar sentenciando questões. Suponho, apenas suponho e vou passar a vida toda supondo, sobre o amor, sobre a chuva, sobre a dor. Mas ao contrário da maioria, jamais tentei que minhas opiniões fossem tidas como leis e regras a serem seguidas. O que penso necessita essencialmente de respeito, e talvez mais tarde, para aqueles que quiserem adesão. Infelizmente, as pessoas ainda não compreenderam bem a importância dessa palavra, ou melhor, desse ato. Da mesma maneira que os espanhóis , não levaram em consideração a cultura dos povos latinos, o amarelo ignora o modo do ver do azul, e os norte-americanos de todo o resto do mundo.
Aqui desse lado, entre as paredes do meu quarto e sob a minha pele tenho anseios. Gostaria que chovessem flores, milhares de gardênias, hortênsias, margaridas e gira-sóis, sobre essas cabeças cheias de cabelo e tão vazias de idéias; almejo que de nenhuma forma uma nação domine, subjugue e influencie outras, a ponto destas perderem sua identidade; rezo ao deus do bom senso para que as criaturas humanas saibam usar as poucas, mas boas influencias, que a religião pode lhes dar, e assim aceitar o próximo em vez de decretar cruzadas ou guerras santas em nome de nada que possa mudar o presente. Sonhos vãos? Talvez...
O dia que chover eu, ao cair do céu certamente vou morrer. Braços, pernas, alfinetes, flautas, árvores, cantis, soldados armados, violetas ensangüentadas, idéias, espalhados pelo chão. E tem quem ainda pensa que vai para lá. Não sei, suponho, mais uma vez, ser mais garantido resolver os seus problemas por ora, pensar no agora, só “pra variar”.
É tão simples achar discursos prontos -dos jardins as casas de chá- transbordando de bons conselhos e modos de conduta para a humanidade, parece que sabem de alguma coisa, grande piada, vão morrer todos cheios de pseudo-verdades. Pastores, Papas ultrapassados, velhas mal comidas, caretas enrustidos, e religiosos de plantão todos com suas cargas ideológicas e “reprimedologicas”, parabéns. Parabéns pela força de manter os olhos fechados e os ouvidos tampados mesmo diante de tantos fatos que comprovam a ineficácia e a injustiça de suas políticas de dominação. As quais são baseadas em pseudo-certezas que usam como droga durante suas existências, igualzinho a um dependente químico, com a diferença que este possui dignidade suficiente para não tentar arrastar seguidores ao fundo do poço.
Aguardo pelo dia em que finalmente todos se cansem de esperar, que vida mude; que o país progrida; que o quintal varra-se sozinho. Pensar com o próprio cérebro é ótimo, e sempre é tempo de iniciar. Novos conceitos são capazes de gerar força onde não há, olhos recém nascidos mostram visões antes escondidas sob a imutabilidade dos velhos sentimentos ignorantes. E assim, tudo evolui, do individuo para a coletividade.